Bolsa N5X lança negociação de contrato de energia em tela e mira clearing em 2026
- Redação Energia em Pauta

- 23 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de abr.
SÃO PAULO (Reuters) – A bolsa N5X começa a ofertar nesta quarta-feira negociação em tela de contratos de compra e venda de energia elétrica em sua plataforma para o mercado livre de energia do Brasil, avançando em um projeto de longo prazo que prevê a criação de produtos financeiros e a estruturação de uma contraparte central para esse mercado em 2026.
A tela da N5X chega para ampliar as opções para agentes do mercado bilionário de trading de energia no Brasil, que apesar do crescente número de participantes e volume de negócios ainda luta para evitar problemas de inadimplência com potencial de gerar efeito cascata para todo o mercado.
A N5X entra em um mercado hoje dominado pelo Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), que concentra a maior parte das negociações de trading do Brasil e movimentou cerca de R$90 bilhões em 2024, sendo R$25 bilhões transacionados em tela, com grande aderência junto a comercializadoras.
Joint venture entre um fundo apoiado pela B3 e a Nodal Exchange, bolsa de derivativos da alemã European Energy Exchange (EEX), a N5X lançou no ano passado sua plataforma para comercialização de energia elétrica com uma primeira funcionalidade, a boleta para formalização de contratos de compra e venda bilaterais entre empresas.
Agora, a plataforma passa a ser também um ambiente para a própria negociação dos contratos, processo que hoje ocorre em grande parte de maneira difusa e não organizada, com interações entre os agentes pelo telefone, e-mail ou WhatsApp, observa a CEO da N5X, Dri Barbosa.
“É um ‘marketplace’, onde o mercado de trading de energia se encontra para fazer negociações de compra e venda… Isso facilita também uma sinalização de preço (dos contratos) ao mercado”, disse a executiva, em entrevista à Reuters.
Ela ressaltou a importância de ferramentas da plataforma que aumentam a segurança das operações de trading, como o cadastro pelas empresas de suas políticas de risco de contraparte.
A ideia é que, com esses mecanismos, os agentes consigam reduzir riscos.
“Os participantes vão poder colocar ordens de compra e venda na tela, tomar ordens, de acordo com os limites de risco bilateral. Então as empresas cadastram esses limites (de risco) que vão dar para suas contrapartes, de diferentes maneiras, como o ‘net’ das posições de compra e venda”, acrescentou.
A segurança das operações se tornou um ponto crítico para o mercado de compra e venda de energia nos últimos anos, em meio a problemas de inadimplência por parte de várias comercializadoras.
No ano passado, um novo alerta foi disparado quando pelo menos duas grandes casas ameaçaram dar calote após uma virada da tendência de preços de energia, o que reduziu de forma drástica a liquidez de todo o mercado de trading.
“O acontecimento do ano passado mostrou para os participantes que, com a abertura do mercado livre de energia, o tombo cada vez vai ser maior… A cada um ano e meio, dois anos, teve pelo menos um ‘default’ no mercado”.






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