Ministra espanhola revela nova falha elétrica antes de apagão ibérico

As autoridades espanholas identificaram uma terceira perda de geração de eletricidade no sul do país, ocorrida 19 segundos antes do apagão que, na semana passada, afetou todo o território continental de Portugal e Espanha. A informação foi divulgada esta segunda-feira pela ministra espanhola da Transição Ecológica, Sara Aagasen, em entrevista à televisão pública RTVE, tal como noticiou a agência Lusa.

De acordo com a Red Eléctrica (REE), entidade gestora da rede elétrica em Espanha, já tinham sido detetadas duas falhas consecutivas na zona sudoeste antes da interrupção geral do fornecimento. A primeira foi ultrapassada pelo sistema, mas a segunda, registada apenas 1,5 segundos depois, terá contribuído diretamente para o corte total. Agora, a existência de uma terceira falha anterior às duas já conhecidas vem adicionar complexidade à investigação.

A ministra sublinhou que ainda se desconhece se existe ligação entre os três episódios e salientou a necessidade de compreender por que razão o sistema elétrico não conseguiu absorver as perturbações, como é habitual. Estão a ser analisados mais de 700 milhões de dados de operadores do setor para identificar eventuais anomalias, sendo que nenhuma hipótese está, para já, excluída, incluindo a possibilidade de um ciberataque.

Sara Aagasen descartou, no entanto, que a elevada presença de energias renováveis tenha estado na origem do incidente, considerando essa explicação simplista face à complexidade do sistema elétrico. Rejeitou igualmente a existência de alertas prévios por parte das empresas do setor.

O apagão, ocorrido a 28 de abril, durou, nalgumas zonas de Portugal, entre 10 e 11 horas e teve impactos significativos, como o encerramento de aeroportos, bloqueios no trânsito e falhas no abastecimento de combustíveis.

A Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade já iniciou um inquérito ao sucedido, classificando o apagão como “excecional e grave”, e prometeu avançar com um relatório com conclusões e recomendações. 

Fonte: Ambiente Online